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sábado, 6 de fevereiro de 2010

OS RISCOS, AS ARTIMANHAS, AS MARACUTAIAS DE UMA CANDIDATURA AO SENADO EM MATO GROSSO, QUE JÁ SEPULTOU MUITOS SONHOS

A divisão dentro do PT de Mato Grosso pela vaga de candidato ao Senado já é visível à olhos nus. Ontem, assistindo ao programa “Resumo do Dia, com Roberto França”, que pela sua simplicidade continua sendo o melhor programa regional de Mato Grosso, entrevistou e colocou os dois interessados na vaga de candidatos: a senadora Serys Slhessarenko e o deputado federal Carlos Abicalil, que também é presidente regional do PT, que expuseram esse racha sem meias palavras.
A eleição para senador, apesar de majoritária não tem segundo turno e em Mato Grosso sempre teve um elemento surpresa.Assim de cabeça, sem pesquisar, lembro-me das eleições de Benedito Canelas, oriundo da região de Cáceres, onde foi vereador e por onde se elege deputado. Ele se elegem na eleição de 1978. O regime ainda era autoritário. Como senador conta que se tornou amigo do eminência parda do governo Geisel, Golbery do Couto e Silva.Canelas, durante a campanha, chegou a usar um artifício, pouco ortodoxo. Ele era da Arena, mas no interior do estado circulou alguns cartazes no qual ele fazia dobradinha com o Padre Pombo, candidato do MDB.
Na eleição seguinte, em 1982, já dentro do processo de abertura do governo Geisel, as eleições direta para governador. Foi uma surpresa, não a eleição, mas o nome do candidato Roberto de Oliveira Campos, com o qual Júlio José de Campos firmou dobradinha, na acirrada disputa com o Padre Pombo. A eleição de Roberto Campos não chegou a ser uma surpresa, já estava montado numa montanha de dólares, mas o seu nome em si, que ninguém mas em Mato Grosso lembrava que ele era mato-grossense.

Em 1986, Mato Grosso, numa eleição igual a deste ano, quando renovava 2/3 do senado, elegia uma grata surpresa, Márcio Lacerda, pelo PMDB, coincidência ou não também de Cáceres, em substituição a Canelas. Na eleição de 1990, Julio Campos pega carona na eleição do irmão Jaime Campos e se faz senador, fatal para sua trajetória política – mais ou menos o que acontece com a senadora Serys.Na eleição, também de dois terços, temos o retorno de Carlos Bezerra, revigorado por um estágio na prefeitura de Rondonópolis (exemplo que seria seguido por Jaime Campos) e a eleição de Jonas Pinheiro.Para mostra e demonstrar que a eleição para senador em Mato Grosso não tem favas contadas, na eleição de 1998 – com Dante de Oliveira disputando a reeleição – elege nada mais nada menos que Antero Paes de Barros, batendo o senador Carlos Bezerra.Esse calendário de surpresas, fecha magnificamente com a eleição de Serys – que saiu chorando da convenção que a escolheu candidata ao senado. Nessa eleição, também aconteceu uma exceção, que Mato Grosso não é muito dado: reeleger senadores – Jonas Pinheiro, foi reeleito senador.
Quais as surpresas que o eleitorado mato-grossense nos reserva para na eleição dos dois senadores, este ano? Os nomes já estão sendo lançados: Blairo Maggi, Pedro Taques, Carlos Abicalil (se for a senadora, a não reeleição é quase certa), Antero Paes de Barros e agora Percival Muniz, em dobradinha com Mauro Mendes, ao governo. Gilberto Goellner, que era suplente e assumiu com a morte de Jonas, também pode ser relevante, nesse cenário.

PS. Não devemos esquecer que Blairo Maggi já foi senador, por três meses, mas senador.

(Blog do João Bosquo)

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