Afundamento de pista interdita ponte e avenida inauguradas há menos de quatro meses na Capital, para receber turistas e "desafogar" o trânsito
Máquina e operários efetuando "reparos" no local, hoje(18) pela manhã
No incêndio que atingiu os pilares do estádio cuiabano, nem a "profunda" lavagem com SOLOPAN (desse usado em lava jatos para retirar ferrugem de veículos) conseguiu apagar totalmente as marcas do fogo e nem as rachaduras, logo depois "maquiadas" pela SECOPA
O governador de Mato Grosso Silval Barbosa e o secretário da SECOPA, Maurício Guimarães, concederam coletivas ontem(17) para garantir que grandes rachaduras nos pilares do Arena Pantanal, provocadas por "mega incêndio" conforme dados divulgados em relatório do MPE, não preocupam "nem um pouquinho" e que o novo estádio será sim usado para os jogos da Copa... Pois bem, a exemplo de outras obras entregues com graves falhas em Cuiabá e VG, conforme denúncias do CREA-MT, em menos de quatro meses da inauguração, a ponte Professor Benedito Figueiredo, sobre o Rio Coxipó, no bairro Coophema, em Cuiabá, já sofreu a primeira interdição.
Um afundamento de pista foi detectado na interligação das Avenidas Beira Rio e Antônio Dorilêo. De acordo com o agente de trânsito, Rubens Conceição Arruda, que esteve no local nesta terça (18), há crateras nos dois lados da pista e “a ponte está com afundamentos grandes. Por conta disse estava ocorrendo vários acidentes no local, já que os buracos foram se abrindo no solo por conta do excesso de chuvas. As bocas de lobo não teriam conseguido suportar o volume das águas, provocando problemas na via. Com isso, foi melhor interditar a via para não acontecer mais acidentes", disse.
A "moderna e durável" ponte tem 155 metros de extensão por 12,8 metros de largura e duas faixas de circulação (fluxo e contra fluxo). Já a implantação da ligação entre a avenida Beira Rio e a rua Antônio Dorilêo, no trecho de 2.551,67m de extensão, foi executada pela empresa Três Irmãos Engenharia. As obras foram inauguradas no dia 29 de outubro do ano passado, somando cerca de R$ 13 milhões.
UM HOMEM SEM MEDO DO PODEROSO "GRUPO BARBOSÃO", QUE MANDA E DESMANDA EM MATO GROSSO
Promotor acusa governo e empreiteiras de mentir sobre as obras da Copa e sonegar informações
Em entrevista nesta segunda (17) ao blog do ex-senador Antero Paes de Barros (Blog do Antero), o coordenador do Grupo Especial de Fiscalização da Copa 2014 (Geacopa) do Ministério Público Estadual, promotor Clovis de Almeida Júnior (FOTO), acusou o governo Silval Barbosa e as empreiteiras envolvidas nas obras da Copa de fornecerem informações sem nenhuma credibilidade aos órgãos de fiscalização. Confirmou também a inspeção que será realizada na Arena Pantanal na quinta-feira (20) pelo órgão de controle.
====O promotor Clóvis de Almeida Júnior informou que a inspeção foi marcada justamente porque o governo do estado não passa informações confiáveis ao órgão sobre o caso. Em novembro do ano passado, uma equipe de engenheiros contratada pelo Ministério Público esteve na Arena e constatou que houve danos na estrutura em função das altas temperaturas durante o incêndio, mas não mas não informaram com precisão dados sobre a amplitude deste comprometimento, conforme explicou o coordenador do Geacopa.
====“Fizemos um relatório em 14 de dezembro e desde a chegada estamos pedindo para a Mendes Júnior e a Secopa para que esclareçam. Eles não movem uma palha.Nos últimos anos o que tivemos foram mentiras e evasivas. Não é possível que o povo não veja isso. Não cumpriram nenhum prazo e as obras entregues estão com falhas. O que a gente recebe são informações sem credibilidade e marcamos essa perícia com os engenheiros por não conseguir informações adequadas”, disparou o promotor. Uma coisa pode ter certeza: não haverá um evento a Arena sem que haja 100% de segurança”, garantiu.
====Clóvis de Almeida Júnior fez questão de ressaltar que as medidas tomadas pelo Ministério Público em momento algum tiveram como finalidade atrasar a conclusão das obras da Copa, principalmente da Arena Pantanal. “Ninguém quer mais atrasos do que os já ocorreram. O Ministério Público não atrasou nenhum a obra. Todas as medidas que tomamos foram extrajudiciais e antecederam as obras. Acredito que a não conclusão da Arena tenha ligação com a incompetência deles de um ano e meio de atraso”.
====O promotor ainda emendou dizendo “ao invés de prestar atenção as nossas advertências, taxaram-nos de pessimistas e agourentos. Tudo o que dissemos que ia acontecer está acontecendo e todo mundo se cala, sem cobrar quem precisa ser cobrado. O Ministério Público fiscaliza, não faz obra. Queremos proteger o cidadão, proteger as pessoas que querem frequentar esta Arena. Vamos responsabilizar todas as pessoas que vem mentindo e enganando”, asseverou.
MATO GROSSO FORA DO MUNDIAL
CREA-MT aponta irresponsabilidade governamental, falta de planejamento e prevê impossibilidade de Cuiabá sediar a COPA em Junho, "quando nem as obras do aeroporto, centros de treinamentos e outras de mobilidade urbana estarão devidamente concluídas"
A quatro meses do início da Copa do Mundo no Brasil, o Governo do Estado se vê “correndo contra o tempo” na tentativa de cumprir os prazos anunciados para finalização de todos os projetos criados para preparar a cidade para o evento – principalmente aqueles considerados obrigatórios pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) – até abril deste ano. A “corrida”, porém, é vã, segundo a avaliação do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), Juarez Samaniego (FOTO). De acordo com o engenheiro, se continuar tocando as obras da forma irresponsável e sem qualquer planejamento como está sendo feito, a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) pode desistir de tentar ver os principais projetos firmados com a entidade de futebol – como a construção dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs) e a reforma do Aeroporto Internacional Marechal Rondon – prontos antes do Mundial.
“Na engenharia, tudo tem condição, desde que você tenha tempo bom, recursos financeiros e profissionais capacitadostrabalhando. Com todos esses fatores, você consegue executar tudo até o início da Copa. Mas, da forma como estão andando, algumas dessas obras não ficam prontas para a Copa”, disse Samaniego, que acompanhou por meio de visitas de fiscalização o andamento das obras; Ele afirmou que a faltou planejamento por parte do estado desde o início das obras. “Na verdade, a Secopa podia ter tomado as rédeas de tudo isso bem antes, pela própria Câmara Setorial de Infraestrutura que foi constituída e nunca foi convocada. Ela daria um suporte porque abrangia vários órgãos da sociedade que poderiam contribuir, mas nunca foi convocada. A gente entende que quem não precisa de ajuda, sabe demais. E é isso que está ocorrendo”, afirmou.
Para o engenheiro, a própria condução dos trabalhos pela pasta está errada, começando pela figura do secretário Maurício Guimarães, por “não ter colocado pessoas competentes para agilizar o projeto”. Samaniego defende que, apesar dos cargos de secretários serem essencialmente políticos, os cargos de segundo escalão deveriam ser ocupados apenas por técnicos com o conhecimento necessário para dar suporte a quem ocupa o posto principal. “O secretário de Infraestrutura da Secopa é um advogado. Trata-se de um cargo essencialmente técnico que deveria ter um profissional da área para avaliar tudo isso, porque todos sabem que nenhuma obra foi entregue no prazo e as que foram inauguradas faltam alguma coisa para ser concluída. Isso porque nem entramos na questão de qualidade”, disse.
Das seis intervenções firmadas entre o Governo do Estado e Fifa com vistas ao Mundial de 2014, um deles já foi descartado pela falta de tempo viável para conclusão até o evento: a implantação do Veículo leve sobre Trilhos (VLT). Samaniego ressalta que, desde o início, a obra foi licitada sem projeto, o que fez com que o Consórcio VLT Cuiabá – responsável pela obra – abrisse várias frentes de trabalho na Capital e em Várzea Grande, sem planejamento algum. “Se viesse fazendo as obras por trecho, a cidade não estaria desse jeito, toda arrebentada e você já teria algum trecho concluído. Era possível. Se decidissem atacar primeiro a Avenida da FEB, você colocaria recursos naquele trecho e talvez teríamos até esse primeiro trecho concluído. Mas começaram a colocar obras em todos os lugares e não concluíram nada até agora. Isso, para mim, é falta de planejamento na engenharia”, pontuou.
Na visão do engenheiro, a promessa do Estado de concluir a implantação do modal até o Porto, com vistas ao melhor transporte dos visitantes que desembarcarem no aeroporto Internacional Marechal Rondon, também não será cumprida. “Eles não conseguiram instalar o Centro de Operação. Sem ele, você não funciona o VLT, e lá está em obras ainda’, disse.
Das demais obras previstas como essenciais para o Mundial, a visão do engenheiro também não é otimista. É necessária a reforma e ampliação do aeroporto, bem como a construção dos Centros Oficiais de Treinamento do Pari (Várzea Grande) e da Universidade Federal de Mato Grosso (Cuiabá), até abril deste ano – o que, na visão dele, não é possível. “O COT da UFMT e do Pari estão muito atrasados. Se eles continuarem nesse ritmo, eles não serão concluídos em abril. Não tem como. É impossível. O próprio aeroporto, da forma como a obra está sendo conduzida, também não será concluído. Tanto é que a própria Fifa deixou como prioridade que a Arena Pantanal esteja pronta”, afirmou.
Sobre as obras no Córrego Oito de Abril, o presidente do Crea acredita serem impossíveis de serem executadas até a Copa do Mundo, por se tratar de um serviço complexo em um trecho grande. Também a construção do Fan Park – ponto de encontro de torcedores durante o Mundial – também é visto com descrença pelo engenheiro, uma vez que o projeto deve ser executado no Parque de Exposições Jonas Pinheiro e, até o momento, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) continua sediada no local e nenhum serviço teve início. “É um projeto comprometido, porque eu não sei qual é a relação hoje da Acrimat com o Estado em relação à mudança, mas, da forma como está lá, sem mexer nada, não acredito que algo seja feito. A não ser que a Acrimat aceite sair de lá a toque de caixa”, disse.
CREA-MT aponta irresponsabilidade governamental, falta de planejamento e prevê impossibilidade de Cuiabá sediar a COPA em Junho, "quando nem as obras do aeroporto, centros de treinamentos e outras de mobilidade urbana estarão devidamente concluídas"
A quatro meses do início da Copa do Mundo no Brasil, o Governo do Estado se vê “correndo contra o tempo” na tentativa de cumprir os prazos anunciados para finalização de todos os projetos criados para preparar a cidade para o evento – principalmente aqueles considerados obrigatórios pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) – até abril deste ano. A “corrida”, porém, é vã, segundo a avaliação do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), Juarez Samaniego (FOTO). De acordo com o engenheiro, se continuar tocando as obras da forma irresponsável e sem qualquer planejamento como está sendo feito, a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) pode desistir de tentar ver os principais projetos firmados com a entidade de futebol – como a construção dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs) e a reforma do Aeroporto Internacional Marechal Rondon – prontos antes do Mundial.
“Na engenharia, tudo tem condição, desde que você tenha tempo bom, recursos financeiros e profissionais capacitadostrabalhando. Com todos esses fatores, você consegue executar tudo até o início da Copa. Mas, da forma como estão andando, algumas dessas obras não ficam prontas para a Copa”, disse Samaniego, que acompanhou por meio de visitas de fiscalização o andamento das obras; Ele afirmou que a faltou planejamento por parte do estado desde o início das obras. “Na verdade, a Secopa podia ter tomado as rédeas de tudo isso bem antes, pela própria Câmara Setorial de Infraestrutura que foi constituída e nunca foi convocada. Ela daria um suporte porque abrangia vários órgãos da sociedade que poderiam contribuir, mas nunca foi convocada. A gente entende que quem não precisa de ajuda, sabe demais. E é isso que está ocorrendo”, afirmou.
Para o engenheiro, a própria condução dos trabalhos pela pasta está errada, começando pela figura do secretário Maurício Guimarães, por “não ter colocado pessoas competentes para agilizar o projeto”. Samaniego defende que, apesar dos cargos de secretários serem essencialmente políticos, os cargos de segundo escalão deveriam ser ocupados apenas por técnicos com o conhecimento necessário para dar suporte a quem ocupa o posto principal. “O secretário de Infraestrutura da Secopa é um advogado. Trata-se de um cargo essencialmente técnico que deveria ter um profissional da área para avaliar tudo isso, porque todos sabem que nenhuma obra foi entregue no prazo e as que foram inauguradas faltam alguma coisa para ser concluída. Isso porque nem entramos na questão de qualidade”, disse.
Das seis intervenções firmadas entre o Governo do Estado e Fifa com vistas ao Mundial de 2014, um deles já foi descartado pela falta de tempo viável para conclusão até o evento: a implantação do Veículo leve sobre Trilhos (VLT). Samaniego ressalta que, desde o início, a obra foi licitada sem projeto, o que fez com que o Consórcio VLT Cuiabá – responsável pela obra – abrisse várias frentes de trabalho na Capital e em Várzea Grande, sem planejamento algum. “Se viesse fazendo as obras por trecho, a cidade não estaria desse jeito, toda arrebentada e você já teria algum trecho concluído. Era possível. Se decidissem atacar primeiro a Avenida da FEB, você colocaria recursos naquele trecho e talvez teríamos até esse primeiro trecho concluído. Mas começaram a colocar obras em todos os lugares e não concluíram nada até agora. Isso, para mim, é falta de planejamento na engenharia”, pontuou.
Na visão do engenheiro, a promessa do Estado de concluir a implantação do modal até o Porto, com vistas ao melhor transporte dos visitantes que desembarcarem no aeroporto Internacional Marechal Rondon, também não será cumprida. “Eles não conseguiram instalar o Centro de Operação. Sem ele, você não funciona o VLT, e lá está em obras ainda’, disse.
Das demais obras previstas como essenciais para o Mundial, a visão do engenheiro também não é otimista. É necessária a reforma e ampliação do aeroporto, bem como a construção dos Centros Oficiais de Treinamento do Pari (Várzea Grande) e da Universidade Federal de Mato Grosso (Cuiabá), até abril deste ano – o que, na visão dele, não é possível. “O COT da UFMT e do Pari estão muito atrasados. Se eles continuarem nesse ritmo, eles não serão concluídos em abril. Não tem como. É impossível. O próprio aeroporto, da forma como a obra está sendo conduzida, também não será concluído. Tanto é que a própria Fifa deixou como prioridade que a Arena Pantanal esteja pronta”, afirmou.
Sobre as obras no Córrego Oito de Abril, o presidente do Crea acredita serem impossíveis de serem executadas até a Copa do Mundo, por se tratar de um serviço complexo em um trecho grande. Também a construção do Fan Park – ponto de encontro de torcedores durante o Mundial – também é visto com descrença pelo engenheiro, uma vez que o projeto deve ser executado no Parque de Exposições Jonas Pinheiro e, até o momento, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) continua sediada no local e nenhum serviço teve início. “É um projeto comprometido, porque eu não sei qual é a relação hoje da Acrimat com o Estado em relação à mudança, mas, da forma como está lá, sem mexer nada, não acredito que algo seja feito. A não ser que a Acrimat aceite sair de lá a toque de caixa”, disse.
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