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sábado, 1 de maio de 2010

PÉRSIO BRIANTE: Não houve superfaturamento. Não houve propina. Blairo nunca me pediria dinheiro ilícito.



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O empresário Pérsio Briante, da Extra Caminhões e do jornal Circuito Mato Grosso, que participou da rumorosa licitação para venda de caminhões para o governo de Blairo Maggi, concedeu à PAGINA DO E a seguinte entrevista:

PAGINA DO E - Depois que o senhor informou ter sido procurado por dois secretários de Estado e um procurador do Estado para devolver dinheiro que teria sido pago a mais na venda dos caminhoões foi que se uma bomba explodisse no colo do Governo do Estado. As especulações são de que o sobrepeço seria destinado ao pagamento de propina. O que o sr. diz sobre isso.

PÉRSIO BRIANTE - Isso é um verdadeiro absurdo porque no caso especifico trata-se de um registro de preço, televisionado, promovido pelo Governo do Estado, onde multinacionais participaram, num total de mais de dez empresas. Para se ter uma idéia participaram a Fiat Latinoamerica, o grupo Verdi, a Auto Sueco que representa a Volvo, a Volkswagen, e empresas de renome nacional e internacional jamais se sujeitariam a este tipo de esquema que envolvesse propina. Quem está falando isso não sabe do que está falando.

PAGINA DO E - As manchetes, sobre este caso, falam num "episódio escabroso".

PÉRSIO BRIANTE - A verdade, Enock, é que não houve superfaturamento. Não houve pagamento de propina. Nunca fui procurado com esta finalidade. Blairo jamais me pediria dinheiro ilícito. O que precisa se entender é que nos preços dos caminhões estão embutidos a garantia do preço por 12 meses, que o edital pedia mais seis meses de prazo de pagamento, além de garantia, cacamba, implemento e frete, bem como o risco de venda a um orgão governamental que, como é sabido, demora sempre a pagar. Fora os problemas para transportar caminhão, barreiras que prendem os veículos, cobram ICMS indevidamente e os custos financeiros e os custos de manutenção da empresa.

PAGINA DO E - Para entender melhor o caso: voce tem participado de outros pregões, essa situação se repete em outros orgãos públicos?

PERSIO BRIANTE - Sim, tenho participado de outros pregões, como recentemente de um promovido pelo Exército brasileiro, através do Nono BEC, envolvendo recursos da ordem de 30 milhões. As regras deste pregão foram semelhantes às do pregão promovido pelo Governo do Estado. Limpo e transparente. Filmado, televisionado e gravado. Várias empresas participaram do Brasil e do exterior. Então, todo este processo de esclarecimento sobre a venda de caminhões, vai permitir que o grande público conheça melhor como funciona uma venda deste tipo. Não tem como ter fraude.

PAGINA DO E - Mas, Pérsio, porque, então, esta proposta, feita por dois secretários e um procurador do Estado para que voce e outros empresários devolvessem dinheiro? E isto que o povo está querendo entender.

PÉRSIO BRIANTE - Quando eu fui procurado, disse que não devolveria nada porque o contrato não tinha brecha para este tipo de devolução e a minha empresa tinha feito tudo de forma correta. O processo foi extremamente limpo.

PAGINA DO E - Eles pediam a devolução do dinheiro baseado em que argumentos?

PÉRSIO BRIANTE - Isso voce tem que perguntar para quem conduziu o processo. De onde ele tirou isso. Eu fiquei indignado.

PAGINA DO E - Mas apesar da sua indignação, o sr. diz que não era dinheiro para propina.

PÉRSIO BRIANTE - Não, digo isso porque o depósito era para ser feito na conta única do Estado, como alguns empresários fizeram, de acordo com o que tem dito o secretário Éder Morais. Só que, no meu caso, depois de minha negativa, eles nunca mais me procuraram.

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