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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

OS TENTÁCULOS DO "GRUPO BARBOSAO" 
Wanderley da Trimec, Rodrigo Barbosa, Silval Barbosa, Antônio Joaquim e os pormenores de uma "odisséia" mato-grossense tendo muito ouro como enredo principal





 A polêmica sobre uma área vendida pelo conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Antônio Joaquim, que logo em seguida teve a exploração do garimpo de ouro concedida pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), a Rodrigo Barbosa, filho do governador Silval Barbosa (PMDB), voltou à tona após a entrevista do conselheiro ao Conexão Poder, no domingo, quando afirmou que foi intensamente assediado para vender a fazenda e posteriormente teria sido ameaçado de ser denunciado como parte de um esquema. “Foi do ex-vereador Pente Fino, de Várzea Grande, que comprei em 2007. Chegou em 2012, eu fui assediado para vender a fazenda por várias pessoas que mexem com ouro. Quem comprou a fazenda foi o Wanderley (da Trimec, apontado em investigações federais   como "sócio-laranja" de Silval). Fui chantageado de forma subjetiva e de alguns que mandaram recado para mim, que eu tinha vendido uma fazenda para o governador e iam denunciar na mídia. Falei, denuncia! Não adianta. Essas coisas não me tocam. Eu não tenho medo desse tipo de chantagem e eu tenho o direito de fazer meus negócios”, declarou. A transação virou notícia porque na autorização de exploração concedida pela Sema, que foi anexada aos documentos de investigação da Operação Ararath, a área de 120 hectares ainda estava em nome do conselheiro. 

No Conexão Poder, Antônio Joaquim relatou que vendeu a fazenda em 2012 a Wanderley Torres, dono da construtora Trimec, mas como a última parcela estava sendo paga esta semana, a área ainda não tinha sido transferida. Quanto às suspeitas sobre a Trimec e a transação da construtora com o filho do governador, que estaria explorando ouro no local, o conselheiro pontua apenas que não cabe a ele fiscalizar, apenas negociou. “Vendi a fazenda legalmente, declarei no meu imposto de renda. Está legalmente declarada. Tudo absolutamente transparente e lícito. Agora, se Wanderley fez isso com esse, ou com aquele, o que tenho a ver com isso? Eu não sou da Receita Federal, não sou da Polícia Federal, não sou do Ministério Público, não sou nenhum tipo de investigador, então o que eu posso fazer?”, disparou. De acordo com o conselheiro, cerca de 30 caminhões trabalham diariamente na extração de ouro, na fazenda que já foi de sua propriedade. Antônio Joaquim friso que quando vendeu a área tinha conhecimento de que possuía o minério, já que o dono anterior revelou que havia extraído 400 kg de ouro do local, mas preferiu trabalhar com pecuária e não garimpo porque não tem experiência, nem interesse pela exploração. 

  LICENÇA SEMA

O pedido de licença ambiental foi registrado junto a Sema no dia 17 de junho de 2013. A licença de número 307888/2013, foi liberada em 24 de novembro de 2013, autorizando Rodrigo a extrair “minérios de metais preciosos” em uma fazenda, chamada “Rancho T”, no município de Nossa Senhora do Livramento. A licença vale até o dia 26 de novembro de 2016. 

  TRIMEC

Na quinta fase da Operação Ararath, o empresário Wanderley Torres, dono da empresa Trimec Construções e Terraplenagem, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, no dia 20 de maio. No início do mês, o Ministério Público Federal (MPF) já havia instaurado um inquérito civil para investigar supostas irregularidades nos contratos entre o Governo do Estado e a construtora, que de 2007 a 2014 teria recebido cerca de R$ 310 milhões em serviços prestados para o Estado. Um dossiê anônimo, denunciando supostas irregularidades em obras no interior, havia ido parar na Assembleia Legislativa, que articulava abrir uma CPI para apurar o assunto. 

TRANSAÇÕES SUSPEITAS 

 À Polícia Federal, o agiota Gércio Marcelino Mendonça Júnior, hoje delator do processo de investigação da Operação Ararath, declarou que, entre os empréstimos feitos por meio de um ‘banco clandestino’, havia emprestado em 2008 R$ 4 milhões ao atual governador Silval Barbosa (PMDB), que à época era vice-governador e que quando foi cobrar o valor do ‘gerente do esquema’ o ex-secretário de Fazenda Eder Moares, preso desde dia 20 de maio, o mesmo pediu que ele recebesse um depósito de R$ 5,25 milhões da Tocantins Advocacia, transferência comprovada em quebra de sigilo bancário, alegando que o dinheiro era parte de um pagamento que ele [Eder] tinha a receber. Ainda de acordo com o delator, Eder teria dito que o dono do escritório de advocacia havia aberto uma conta com Wanderley Torres, dono da Trimec, para receber R$ 19 milhões de um precatório (dívida do Estado de MT paga por ordem judicial). O Tribunal de Contas afirmou que o precatório em questão passou na frente de outros pagamentos desse tipo, ainda na gestão de Blairo Maggi (PR). Em um trecho de sua decisão. o juiz federal Jeferson Schneider, responsável pelo caso, que as transações entre o governo e a Trimec apontavam fraudes. “Existem empréstimos da Trimec [...] incluídos nas hipóteses de empréstimos fraudulentos por terem os recursos como destinatários, de fato, integrantes do núcleo político da organização criminosa” de, especialmente Silval da Cunha Barbosa”, diz trecho da decisão.

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