MAIS DENÚNCIAS DE ROUBALHEIRAS NA SECOM DE SILVAL
Ao desembolsar R$ 37.781116,71 milhões de dinheiro público, em apenas 7 meses deste ano, o secretário estadual de Comunicação, jornalista Marcos Lemos, determinou a suspensão imediata de todos os pagamentos aos setores gráfico e publicitário de Mato Grosso. A decisão foi tomada após o portal ODOC e a TV Cuiabá, em parceria com auditores independentes, denunciarem um suposto esquema de lavagem de dinheiro público através de “aquisição” de material impresso e gastos com marketing e publicidade no último semestre de 2014.
Desde o último dia 17, quando foi divulgado o primeiro levantamento contábil da Secom-MT, referente aos meses de junho, julho e agosto deste ano, o titular da pasta tratou de suspender as transferências milionárias às agências e gráficas de Cuiabá. Na última semana, acuado com as reportagens de ODOC, o secretário Marcos Lemos reduziu drasticamente os gastos com comunicação: Saindo da cifra dos milhões, a Secom pagou apenas R$ 11.507,74 reais para custear pequenas despesas como energia elétrica, combustível e telefonia.
Durante o trabalho de investigação, os nossos auditores ficaram estarrecidos ao rastrearem transferências exorbitantes, da atual administração Silval Barbosa (PMDB), a agências contratadas em regime de RDC (sem licitação). Só a MERCATTO e TIS LTDA, por exemplo, consumiram apenas no mês de maio R$ 4.224.432,96 e R$ 1.079.883,13 milhão, respectivamente. “Trata-se de uma organização muito bem instalada dentro da Secom do Estado. Lá existe um cérebro que lidera o bando, além, de dividir as tarefas, maquiar relatórios e ocultar a origem dos verdadeiros beneficiários do esquema de desvio de recursos públicos”, garantiu o auditor.
O levantamento de ODOC, que mostra a Secom abastecendo com milhões de reais gráficas a agências de publicidade em Mato Grosso, chamou a atenção de um jornal líder em circulação no Brasil. “Recebemos um telefonema, hoje de manhã, de um renomado jornalista investigativo de São Paulo. Ele ficou impressionado com esta denúncia de possível lavagem de dinheiro público aqui no Estado e quer investigar a fundo o caso”, revelou o diretor de jornalismo e programação da TV Cuiabá, Emílio de Moraes.
Apesar de insistente procura, diante da gravidade dos fatos, o secretário estadual de Comunicação, Marcos Lemos, tem evitado atender as nossas equipes de reportagens do portal ODOC, bem como, da TV Cuiabá. “Só o fato de conseguirmos estancar o derramamento de dinheiro público em um esquema sujo e espúrio, já é uma vitória do bom jornalismo. Tenho certeza que o Ministério Público Estadual, seguindo um histórico de ser o guardião da sociedade mato-grossense, tomará como base nas matérias investigativas para desbaratar um forte grupo que lesa o dinheiro do contribuinte”, finalizou o editor geral de ODOC, jornalista Jorge Maciel.
GASTOS DA SECOM COM GRÁFICAS E AGÊNCIAS
MARÇO – R$ 2.606.610,10
ABRIL – R$ 6.290.482,72
MAIO – R$ 12.998.567,67
JUNHO – R$ 4.696.186,46
JULHO – R$ 3.562.877,71
AGOSTO – R$ 2.739.589,21
SETEMBRO – R$ 4.886.847,93
TOTAL – 37.781.847,71 (MILHÕES)
DERRAME DE DINHEIRO SEM PRECEDENTES
Um fabricante de rótulos e materiais para campanhas publicitárias e eleitorais,agênciasescolhidas através de Regime Diferenciado de Contrato (RDC, ou seja: sem licitação) e duasgráficas de Cuiabá gerenciadas por uma mesma família tragaram em apenas 90 dias R$ 22,8 milhões dos cofres públicos de Mato Grosso.
A montanha de dinheiro oriundo de impostos foi distribuída nos meses de março, abril e maio deste ano pela Secretaria Estadual de Comunicação (Secom-MT) na atual gestão do governador Silval Barbosa (PMDB).
Publicitário Marcos Valério, preso ppor operações fraudulentas semelhantes ao aque acontece em Mato Grosso, hoje
O novo levantamento feito pelo ODOC, em parceria com a TV Cuiabá-canal 47, revela um esquema de raspar tudo que se pode do dinheiro do contribuinte, e que pode ser o maior escândalo de corrupção na comunicação do governo de Mato Grosso.
A Secom-MT em apenas 9 dias úteis do mês demaio, por exemplo, transferiu para agências de publicidade e duas gráficas da Capital o exato valor de R$ 12.998.567,67 milhões. Nesse curto período de tempo, a Casa d’Ideias Publicidade recebeu do governo do Estado, em nove depósitos bancários, o equivalente a R$ 3.237.013,19 milhões. Já a Mercatto Comunicação, agência contratada em Regime Diferenciado de Contrato (RDC), digeriu o apavorante valor de R$ 4.224.432,96 milhões, em 21 transferências eletrônicas, no mesmo dia ou dia a dia.
Só como comparativo, o valor de aproximados 13 milhões (veja tabela abaixo) gasto pela Secom-MT com gráficas e agências, apenas no mês de maio de 2014, se equivale ao orçamento anual da Secretaria de Comunicação Social da prefeitura de Cuiabá.
_“Trabalho há 30 anos como contador e confesso que nunca vi uma organização tão perfeita como esta que atua na Secom de Mato Grosso”, espantou-se um dos auditores particulares que colaboraram com ODOC nesta investigação.
Além dos valores exorbitantes de pagamentos feitos aos setores de impressão e publicidade pela Secom, nos últimos meses, outro detalhe também chama atenção: com oculta participação no mercado publicitário de Mato Grosso, a agência TIS LTDA, com sede em Campo Grande-MS, foi contratada pelo Estado através de RDC (um esquema de inserção de empresa sem licitação) e recebeu mais de R$ 1 milhão, a título de repasse de mídia, no período de março a maio deste ano. Para uma fabricante de rótulos e embalagens de Cuiabá, com nome fantasia Personalité Rótulos, que atua na produção de material promocional de candidatos políticos, por exemplo, a Secom “liquidou” R$ 899.444,00 no mesmo período. A pergunta que fica é porque se contrataria empresa desse segmento ou para que serviriam botons, adesivos e outros produtos promocionais em época pré-campanha.
Os auditores independentes de ODOC, nesta ampla investigação, acreditam que os altíssimos valores transferidos pelo governo do Estado ao setor publicitário de Mato Grosso devem ser investigados pelo Ministério Público Estadual. “Percebe-se, a grosso modo, que dentro da Secom existe um cérebro que organiza, divide tarefas e oculta os reais beneficiários que embolsam boa parte desses recursos públicos. Isso é típico de organizações especializadas em fraudes contábeis com o único objetivo de desviar recursos do erário. Acredito que a experiência dos nossos promotores de Justiça podem clarear mais ainda os fatos aqui mencionados”, disse o nosso colaborador.
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