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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

DETRAN-MT
 Fábrica de escândalos e mentiras
 Autarquia Estadual serve a diversos interesses políticos e particulares. Sucateamento do órgão é evidente que segue na contramão da atuação técnica e transparente

.imagem disponível em: http://santiago-realidade.blogspot.com/2011/07/os-ratos-administram-o-dinheiro-vontade.html

 Itamar Perenha (TurmadoEpa) O Detran-MT é uma máquina produtora de escândalos e mentiras. Passam os presidentes e o perfil de atuação da autarquia estadual se aproxima cada vez mais do inacreditável. Lembrando os últimos presidentes da Autarquia Estadual citamos Teodoro Moreira Lopes, o Dóia. Ele deixou o cargo após quase uma década de comando. Entre os últimos escândalos de sua época registrou-se a iniciativa pela implantação da fábrica de placas em um presídio da Capital. A medida, combatida por este site, estabeleceu o monopólio no segmento pela inexplicabilidade da composição de preços e da manipulação de recursos por ente de natureza privada, onde instituições como a APAC e a Funac foram usadas para oferecer o verniz necessário à causa de evidente interesse particular. Gian Castrillon foi o sucessor de Dóia. Assumiu, enfrentou uma greve pesada dos servidores por melhores condições de trabalho, a qual denunciava o sucateamento do órgão e a falta inclusive de materiais para o desempenho das funções de rotina. Sob sua gestão ocorreu finalmente a inauguração da fábrica de placas e diante da polêmica criada, ele logo declarou que não tinha nada com isso. O caso vinha do antecessor. Como falava demais, já estava marcado para sair, mas, o governo precisava de um motivo. Este chegou com a Operação Ararath da Polícia Federal, onde Castrillon figurou à época como um dos investigados. Sem outra opção, foi obrigado a pedir para sair.

 Novo presidente já protagoniza escândalo

 Eugênio Ernesto Destri, ex-diretor de Habilitação, substituiu Castrilon. Chegou quieto, e quieto pretendia continuar para ser o mínimo possível lembrado e incomodado. Foi traído pela própria autoridade que julga possuir e o coloca acima das leis que deve cumprir na condição de gestor público. Gerindo o Detran-MT aos moldes da Monarquia, Eugênio Ernesto Destri negou informações sobre o número de veículos locados pelo órgão, assim como, os valores pagos. Também não apresentou justificativa aceitável para a falta de identificação dos carros, que inclui cinco veículos de luxo (SW4). Em resposta encaminhada ao Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso ( Sinetran-MT), em 09 de janeiro último, o presidente escondeu as informações sob o pretexto de que os dados solicitados “ferem o sigilo das informações, uma vez que há veículos utilizados em atividades de inteligência , bem como de investigação e fiscalização, relacionadas com a prevenção e repressão de infrações”. Após repercussão da negativa na mídia, o Detran emitiu no final da tarde de ontem (21/01), nota à imprensa onde diz ter 15 veículos locados dos quais quatro não estão adesivados. Reafirma que alguns veículos são usados em atividades de inteligência e investigação e que a logomarca da instituição estampada nos veículos prejudicaria o trabalho que deve ser feito de forma sigilosa nesses casos específicos. 

Nada disso

As informações prestadas pelo presidente foram rebatidas pelo sindicato. Na avaliação da presidente da entidade, Veneranda Acosta, elas não procedem. Ela diz que trata-se de um serviço secreto de inteligência e investigação, que é tão secreto, que nem os servidores do Detran-MT sabem da existência, ou pior, que ninguém percebeu sua atuação. “O Detran-MT foi e continua sendo uma Autarquia sem perfil técnico, com muitas ações baseadas na politicagem de certos grupos. De vez em quando é objeto de investigação da Polícia Civil em casos de corrupção, onde no último (Operação Fraus) o Detran sequer suspendeu os Centros de Formação de Condutores (CFC´s) envolvidos no escândalo, alegando que não sabia de quais se tratavam, mesmo sendo o detentor de uma restrita lista de CFC´s de cada município”, argumentou a sindicalista. Em outro questionamento Veneranda diz considerar sem nexo o presidente da Autarquia afirmar que o veículo em seu uso ou qualquer outro da entidade, não precisa estar identificado, uma vez que a Lei 9.753 de 11/06/2012 diz em seu Art. 3º que “ficam dispensados da identificação nas laterais das portas dos veículos, apenas os que são usados pelo “Governador do Estado, presidente da Assembleia Legislativa, presidente do Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal de Contas do Estado e o procurador Geral de Justiça, que usarão placas de bronze especiais com a respectiva identificação”. Oportuno destacar que o emprego de ação sigilosa não exime a necessidade de controle. Coisa que aparentemente inexiste no Detran-MT, já que a direção do órgão se recusa a prestar informações dessa natureza. Pelo que se constata e pelo que foi denunciado pelo Sinetran, o Detran-MT estava sim fazendo uso irregular dos veículos, inclusive para fins particulares. Se a autarquia mudará ou não a postura daqui em diante é um fato que vamos acompanhar para noticiar os desdobramentos.

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