Silval Barbosa bate-cabeça para ajustar um governo que se dividiu em 8 grupos
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E no "bolo", aparentemente, tem gente mandando tanto ou até mais que o governador
Mauricio Barbant
Deputado José Riva e governador Silval BarbosaCom 19 meses de administração, sendo 10 do novo mandato, o peemedebista Silval Barbosa enfrenta embaraços por causa da divisão do governo em 8 núcleos, quase todos fechados em torno de caciques políticos que exercem influências diretas nas decisões. São secretários e diretores de empresas que, ao invés de unificarem as ações em torno da máquina, acabam por separar as engrenagens, cada um puxando peça para o seu lado. Isso provoca conflitos, conspirações e deixa a administração enfraquecida e mais travada ainda.
Os blocos são comandados pelo secretário Pedro Henry (Saúde), cacique do PP; pelo presidente da Assembleia José Riva, com porta-vozes no Cepromat e na secretaria de Esportes e Lazer; por Eder de Moraes, à frente dos projetos da Copa-2014; pelo deputado Carlos Bezerra, que manda nas pastas de Turismo e das Cidades, com os irmãos Júlio e Jayme Campos, na área da agricultura; e ainda tem o deputado Wellington Fagundes, presidente regional do PR e com influência em órgãos e secretarias conduzidas pelo partido, especialmente na Infraestrutura e Pavimentação Urbana, e ainda o bloco do PT com Ságuas Moraes e Carlos Abicalil, na condução da Educação, inclusive de porteira fechada. Dos 24 secretários, somente 6 são do quadro técnico.
Como tem perfil mais político, Silval, que foi prefeito de Matupá e deputado estadual por dois mandatos, um deles como presidente da Assembleia, tenta conduzir a administração na base da cordialidade. Em muitos momentos que precisou agir de forma mais dura em resposta à sociedade, com expectativa de substituição de membros do primeiro-escalão, preferiu amenizar as brigas, tomando outras posições.
Pedro Henry sente-se bem à vontade. Ele criou um braço político dentro do governo. Como é bem articulado, toma iniciativas que projetam-no até mais que o próprio governador. Foi de Henry, por exemplo, a ideia de transferir a gestão da saúde dos hospitais para Organizações Sociais, as chamadas OSS. Avoca para si a responsabilidade e "peita" quem se manifesta contra, inclusive o Ministério Público. Assessores mais afoitos comentam que Henry, motivado pela forte inserção dentro do governo, não descarta nem a hipótese de disputar cargo majoritário em 2014, principalmente se conseguir melhor a gestão da saúde pública, hoje um dos calcanhares de Aquiles do governo.
José Riva, outro cacique político, tem voz ativa na administração estadual. Com ajuda do vice-governador Chico Daltro, seu parceiro na construção e transformação do PSD na maior sigla do Estado, Riva emplacou na presidência do Cepromat o ex-deputado Wilson Dentinho e ainda tem ligação com Antonio Azambuja na secretaria de Esportes e Lazer, embora este tenha saído do PP e migrado para o PSD. Riva consegue até mais espaço no primeiro escalão se assim desejar. Bezerra tem a esposa Teté na área do Turismo e o afilhado político Nico Baracat na pasta das Cidades. O deputado federal Júlio Campos e o irmão e senador Jayme Campos, mesmo negando publicamente, usam o secretário José Domingos para atender pleitos no Paiaguás, embora o deputado tenha saído do DEM e se filiado ao PSD.
Fonte: RDNews
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