Mineração de filho e "testas" do governador Barbosa em fazenda grilada por ex-presidente do TCE-MT perfazem um bolo de trambiques já na mira da Polícia Federal
Um breve resumo: A fazenda em foco nesta matéria foi aparentemente (em grande parte) grilada pelo ex-presidente do TCE-MT, Antônio Joaquim, que responde a processo na Justiça tendo como denunciante um médico da região de Livramento, cuja família foi violentamente prejudicada no caso. Vendida pelo conselheiro a um dos "sócios" do governador Silval Barbosa, Wanderley Torres, o "dono" da Trimec - A Justiça Federal já sabe que o cidadão é "testa" de Barbosa em várias empresas, atuando conjuntamente com Toninho Barbosa, irmão do governante - , a tal fazenda vem sendo foco de larga extração de minério, usado, logicamente, para lavar grana pública... Nessas sociedades secretas, também a participação atuante do prefeito Mauro Mendes, falso rival político de Silval só para ludibriar o povo.
De qualquer forma, entre os documentos em posse da Polícia Federal, que fazem parte das investigações na Operação Ararath, está a cópia de uma licença de operação, emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), ao empresário Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do governador Silval Barbosa (PMDB).
A licença, de nº 307888/2013, autoriza Rodrigo a extrair “minérios de metais preciosos” em uma fazenda, chamada “Rancho T”, no município de Nossa Senhora do Livramento. O pedido para a operação garimpeira foi feito por ele, junto à Sema, em 17 de junho de 2013. A autorização foi liberada pouco mais de cinco meses depois, em 24 de novembro de 2013.
A L.O.(licença de operação) tem validade até 23 de novembro de 2016. Segundo apurou a reportagem, o foco no local seria a extração de ouro. Nos autos, junto à cópia da licença obtida pelo filho do governador, há outros documentos, também da Sema, referentes à mesma fazenda.
Nesses documentos, com datas até 2012, a “Rancho T” consta como sendo de propriedade de Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Um dos documentos em posse da Polícia Federal, ao qual o MidiaNews teve acesso, é uma notificação, feita em 31 de agosto de 2012, pela Superintendência de Gestão Florestal da Sema.
Na notificação, a Sema encaminha a Antônio Joaquim uma relação de pendências referentes a um processo, o de nº 103099/2005, referente à Fazenda Rancho T. Nos autos a que a reportagem teve acesso, a Polícia Federal não faz ilações a respeito da documentação.
Procurado pela reportagem, o conselheiro Antônio Joaquim informou, por meio de sua assessoria de imprensa que, de fato, era proprietário da fazenda. Segundo ele, a Rancho T – com 1200 hectares – foi vendida, em junho de 2012, para a empresa Trimec Construções e Terraplenagem, do empresário Wanderley Torres. A venda foi parcelada em 3 vezes. Segundo o conselheiro, a última prestação deverá ser paga no próximo mês de julho.
Tão logo seja quitada, Antônio Joaquim disse que irá transferir a escritura definitiva da propriedade à Trimec. A assessoria ressaltou que a transação comercial foi declarada no Imposto de Renda do conselheiro, nos anos de 2012 e 2013. O conselheiro explicou, também, que adquiriu a fazenda do ex-vereador Gonçalo de Almeida, o “Pente Fino”, que já presidiu a Câmara de Várzea Grande.
A Trimec , também investigada pela Operação Ararath, presta serviços ao Governo do Estado – e recebeu cerca de R$ 310 milhões, entre os anos de 2007 e 2014.